top of page

Como tratar problemas emocionais?

A desregulação emocional tem sido associada a uma variedade de problemas de saúde mental decorrentes de padrões de instabilidade emocional no controle dos impulsos, nos relacionamentos interpessoais e na autoimagem. Com base na teoria Biossocial em sua premissa se trata que tanto o suicídio quanto o Transtorno de Personalidade Borderline TPB, são em sua essência transtornos de desregulação emocional sendo o TPB considerado um grave transtorno mental, resultado de severa desregulação do sistema emocional que além dos padrões característicos podem também ser associadas ao uso de substâncias, transtornos aditivos, transtornos alimentares e muitos outros


A regulação emocional é a capacidade de (1) inibir o comportamento inapropriado e impulsivo relacionado a fortes emoções negativas ou positivas (2) organizar-se internamente para uma ação coordenada em prol de um objetivo externo ou seja agir de maneira não dependente do humor quando necessária (3) reduzir a intensidade de qualquer ativação excitação fisiológica que a forte emoção tenha induzido e (4) alternar o foco atencional na presença de uma emoção intensa, em suma a regulação emocional pode ser controlada de modo automático ou também consciente. Em contraste temos a desregulação emocional como a incapacidade de regular as emoções em meios a problemas de adaptação, em contextos situacionais decorrentes de vulnerabilidade e em situações de elevada emocionalidade, características essas decorrentes do excesso de experiências emocionais dolorosas e da incapacidade de regular ativação/excitação emocional positiva.


No contexto das vulnerabilidades emocionais temos as influências biológicas que inclui a hereditariedade, fatores intrauterinos, danos físicos que afetam o cérebro na infância ou na idade adulta e também o efeitos das experiências de aprendizagem precoce no desenvolvimento do cérebro, podendo assim afetar o sistema da regulação das emoções humanas que é extremamente complexo e que fornece a base biológica para a vulnerabilidade emocional inicial e dificuldades posteriores na modulação das emoções, diferentes em sua disposição biológica em pessoas distintas.


Na contribuição do ambiente temos na teoria Biossocial com base dialética dentro da psicopatologia que realça as dificuldades na regulação emocional., onde particularmente na família encontram-se tendência invalidante dessas emoções, incapacitando e modelando as pressões emocionais segundo estilo de interação que reforça a ativação/excitação emocional, um ajuste frágil entre o temperamento da criança e o estilo parental dos cuidadores onde as transações ambiente versus biologia modela o comportamento tanto do cuidador quanto o da criança, porém uma criança biologicamente vulnerável, tem chance forte de ser resiliente em ambiente bem adaptado.


O ambiente tem um papel muitas vezes invalidante, lugar propício para desenvolver a desregulação emocional lembrando que as emoções tem uma função primordial que servir como um sistema de comunicação rápido onde uma vez invalidada essa mensagem a comunicação não é recebida fazendo com o que o remetente quando a mensagem for importante intensifique sua comunicação por meio da intensificação da emoção ou seja mas emoção é desprendida de forma desregular de forma intensa para que se obtenha suprida as necessidades do comunicador isso de um modo intermitente cria um padrão emocional de desregulação intensa que se consolida na pessoa.


Em uma família ótima existe o aumento da probabilidade de que as necessidades da criança sejam satisfeitas diminuindo assim a probabilidade de consequências negativas, em contrapartida uma família que é problemática porque os membros respondem a comunicação de preferência pensamentos e emoções com respostas desconectada, com ausência de respostas ou com consequências extremas como resposta. O ambiente invalidante enfatiza de maneira geral o controle da expressividade emocional especialmente à expressão das emoções negativas, contribuindo para desregulação emocional por não conseguir ensinar a criança nomear e modular ativação/excitação emocional, sendo importante para ela a experiência de tolerar o mal estar ou confiar que suas próprias respostas emocionais são interpretações válidas no evento, sendo óbvio que uma certa quantidade de invalidação é necessária para criar uma criança e ensinar o autocontrole.


As estratégias de controle emocional usadas em famílias invalidantes podem ter um pouco de impacto negativo em crianças que são fisiologicamente bem equipadas, porém existe a hipótese de que essas estratégias tenham um impacto devastador em crianças emocionalmente vulneráveis. Os pesquisadores estimam que 60 a 75% dos indivíduos com TPB tem histórico de trauma na infância muitas vezes resultado de abuso verbal emocional por parte dos adultos, também abuso físico, social e sexual onde essas taxas de abuso na vida adulta, são significativamente superiores às relatadas pelos participantes com outros transtornos de personalidade que não o TPB


Em resumo o desenvolvimento da desregulação emocional não se dá pelo modelo do desenvolvimento biossocial apenas, propomos os seguinte fatores: primeiro, o desenvolvimento de extrema labilidade emocional baseada nas características da criança no contexto social que modela e mantém a labilidade; segundo, reforços recíprocos que transitam entre a vulnerabilidade biológica e os fatores de risco ambiental gerando aumento da desregulação emocional e do descontrole comportamental; terceiro, desenvolve-se ao longo do tempo uma constelação de características identificáveis de estratégias de enfrentamento (coping) mal adaptativos criando traços de comportamento que podem exacerbar o risco de desregulação emocional global ao longo do desenvolvimento, devido aos efeitos evocativos nos relacionamentos interpessoais e no funcionamento social.


Mas afinal o que é Terapia Comportamental Dialética-DBT? Protocolo desenvolvido pela Psicóloga Marsha Linehan e trata-se de uma prática situada entre as chamadas terapias de terceira onda, grupo de técnicas psicoterapêuticas desenvolvidas mais recentemente, buscando suprir lacunas da Terapia Cognitivo Comportamental - TCC, modelo de tratamento desenvolvido originalmente para indivíduos cronicamente suicidas diagnosticados com TPB e consiste em uma combinação de psicoterapia individual treinamento de habilidades em grupo ou individual, coaching por telefone por telefone e uma equipe de consultoria para os terapeutas. Não apenas em TPB, mas em uma ampla gama de outros transtornos e problemas, incluindo tanto falta de controle quanto excesso de controle das emoções, padrões comportamentais e cognitivos têm demonstrado efetividade em DBT.


O programa de tratamento em DBT foi criado originalmente para pacientes de alto risco com intervenção modular com componentes que podem ser inseridos e descartados conforme a necessidade de cada paciente e da estrutura do tratamento. Os módulos da habilidade de aceitação e mudança em DBT se desdobram em mais quatro; mindfulness, regulação emocional, efetividade interpessoal e tolerância mal-estar onde cada módulo de habilidade por sua vez é subdividido em uma série de seções que são subdivididas em uma série de habilidades separadas que são normalmente ensinadas em sequência de acordo com cada caso e é uma intervenção promissora para diversas populações como pessoas com problemas de alcoolismo família vítimas de violência doméstica e outros.


Uma meta geral do treinamento de habilidades em DBT é ajudar os indivíduos a modificar padrões comportamentais emocionais interpessoais e de pensamento associado com os problemas na vida assim a compreensão da filosofia e dos fundamentos teóricos do tratamento DBT é fundamental e importante porque determina a atitude dos terapeutas em relação ao tratamento e seus pacientes. A DBT, enfatiza que a modificação de qualquer componente no sistema emocional tem o poder de alterar o funcionamento de todo o sistema, em suma se alguém quer modificar as próprias emoções incluindo as ações emocionais pode fazer isso modificando qualquer parte do sistema. Na teoria temos como primeiro foco aumentar o controle consciente e em seguida, suscitar práticas suficientes para incorporar habilidades que se torne em última análise automática.


São muitas as pesquisas que identificam a efetividade da DBT para o tratamento do TPB, maior que outras abordagens, tais como TCC, Terapia do Esquema e terapia de mentalização. Ainda assim, diante da intensidade dos sintomas do TPB, em alguns casos a terapia medicamentosa junto da intervenção psicoterapêutica ainda é indispensável. As bases neurais da desregulação emocional em pacientes com diagnóstico de TPB envolvem principalmente as amígdalas e regiões adjacentes do sistema límbico, com as quais as amígdalas realizam sinapses. Em intervenções feitas com DBT encontrou-se melhora significativa na regulação emocional do grupo de estimulação das amígdalas, a regulação emocional parece estar no centro da eficácia do tratamento do TPB, que costumam ser instáveis emocionalmente, porém nos pacientes tratados com DBT foram desenvolvidas mais facilidade para regular a expressão de suas emoções comparado ao grupo controle e por conta disso, conseguiram apresentar mais aptidão para relacionamentos interpessoais assertivos, e não fica por ai as eficácias do tratamento, pesquisas que contaram com dados de neuroimagem de pacientes com TPB identificou maior atividade neuronal em áreas do córtex pré-frontal no grupo que recebeu intervenção com DBT, sendo essa área importante para resolução de problema.


Se esta passando por processos de desregulação emocional, falta de habilidades para enfrentamentos dos problemas diários ou conhece alguém que precisa dessa informação, sugiro que compartilhe, quanto mais famílias obtiverem esse conhecimento menos crianças, adultos e famílias sofrerão com os efeitos da desregulação emocional presente em muitos transtornos, impossibilitando e dificultando as relações interpessoais, o controle das emoções e a capacidade de tolerar situações de mal-estar. Escolhi a terapia comportamental dialética - DBT, como ferramenta no combate a vulnerabilidade emocional tendo nas pesquisas científicas base eficaz nos resultados que contribuíram para melhora de muitas pessoas na área da saúde mental, qualidade de vida, novas habilidades que resultaram no aumento da resiliência. Para lidar com os intemperes da vida. entre em contato e marque uma hora com a especialista - Psicóloga Sueli de Paula



Referências


LINEHAN, M. M. Treinamento de habilidades em DBT: manual de terapia dialética comportamental para terapeuta. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page